quarta-feira, 6 de abril de 2011

Política e negócios: Como José Alencar enriqueceu

Biografia de Alencar revela a importância de Dante para o setor têxtil brasileiro

“José Alencar – Amor à vida, a saga de um brasileiro” é um livro biográfico sobre a vida do ex-vice-presidente José Alencar, que faleceu no último dia 29. A biografia, assinada pela colunista da Folha de São Paulo, Eliane Cantanhêde, uma das mais respeitadas jornalistas brasileiras, revela a admiração de Alencar pelo ex-governador de Mato Grosso Dante de Oliveira (PSDB), morto em 2006. E faz um reconhecimento histórico da visão estratégica que Dante tinha sobre Mato Grosso e o Brasil.

No livro, José Alencar, que construiu um verdadeiro império no setor têxtil com o Grupo Coteminas, conta que boa parte da sua ascensão empresarial se deveu a Dante de Oliveira, que governou Mato Grosso entre 1994 a 2001, e implantou um bem sucedido programa de fomento à produção de algodão.

De acordo com Eliane Cantanhêde, José Alencar “gostava muito de Dante porque, como governador, ele teve a percepção de que a indústria têxtil era muito importante para o Brasil. E que, para tal, era necessário ter a matéria prima, o algodão, que Mato Grosso passou a expandir cada vez mais”.

Cantanhêde afirma que a produção de algodão em Mato Grosso não contribuiu apenas para o crescimento da Coteminas e de outras empresas do setor, mas “garantiu ao próprio País a soberania quanto à matéria-prima necessária”.

A jornalista revela na biografia de Alencar que "o mercado nacional competia em condições muito desfavoráveis com algodão de outros países, principalmente da Ásia. Dante teve uma política fiscal em Mato Grosso que foi superfavorável, não só para a indústria algodoeira, mas também para a indústria têxtil”.

É a história fazendo justiça a um dos maiores estadistas que Mato Grosso conheceu. E é fato. Mato Grosso antes de Dante produzia apenas 4% de todo o algodão brasileiro. O programa de fomento à produção de algodão idealizado e executado por Dante, com incentivos fiscais e investimentos em pesquisa, permitiu que o estado passasse a produzir em menos de quatro anos, 62% do algodão brasileiro. E, mais importante que isso, com uma qualidade de fibra comparável ao melhor algodão produzido no mundo.

Os resultados daquela política pública do governo Dante podem ser sentidos até hoje. Não é sem motivo que a Vicunha está implantando em Cuiabá uma de suas mais modernas plantas industriais.

Dante ainda faz a história de Mato Grosso, embora alguns teimem em macular sua memória.

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