quarta-feira, 6 de abril de 2011

Lula faz primeira palestra no exterior

Washington (AE) - Hospedado na embaixada brasileira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva preparava ontem o discurso em defesa da política de educação de seu governo a uma plateia reunida pela Microsoft, hoje, em Washington. Será remunerado pela primeira vez, como palestrante no exterior, desde que deixou o Palácio do Planalto. O presidente chegou em jatinho cedido pela Coteminas na noite de segunda-feira e será a estrela do Fórum de Líderes do Setor Público, hoje. Amanhã, seguirá em voo fretado pela Associação de Bancos do México a Acapulco especialmente para falar, também com cachê, da atual política macroeconômica brasileira aos banqueiros mexicanos locais.

Nessas viagens ao exterior, Lula tem mostrado a dificuldade de “desencarnar” de seu papel de chefe de Estado e de assumir sua nova profissão de palestrante independente. Evita o contato com a imprensa e adota atitude “recatada”, segundo um colaborador, para não melindrar a presidenta Dilma Rousseff. Na semana que vem, outra vez remumerado, Lula falará sobre a situação econômica brasileira a uma plateia de investidores europeus, em Londres, e terá um encontro com o historiador Eric Hobsbaum, de 93 anos. No sábado, receberá o prêmio Libertad Cortes da cidade de Cadiz, na Espanha, por seus feitos como presidente do Brasil

“Lula saiu da Presidência como um líder respeitado, com feitos que podem ser importantes para outros países. Está em processo de reconstrução”, afirmou o assessor. “As palestras são remuneradas. Ele precisa viver, além de promover o Brasil”, completou, sem mencionar o valor cobrado. O Grupo Estado divulgou recentemente que cada palestra custa, no mínimo, R$ 200 mil.

Antes de finalizar o texto do discurso a ser lido - outra parte, como de praxe, será um improviso -, ele recebeu o presidente do Banco Interamericano de desenvolvimento (BID) para tratar de projetos conjuntos com o futuro Instituto Lula, uma organização sem-fins lucrativos direcionada à cooperação com os países da África e América Latina. Ainda não criada, a entidade deve nascer a partir do Instituto Cidadania, outra ideia de Lula que permaneceu inerte nos últimos quatro anos.

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