quinta-feira, 28 de junho de 2012

CVM questiona conselho com maioria independente

A presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana, questionou na terça-feira durante o ICGN, congresso internacional de governança corporativa, no Rio, a avaliação clássica de que a melhor prática de mercado é ter um conselho de administração formado, em sua maioria, por conselheiros independentes como forma de proteção aos minoritários. "Os membros independentes são figuras importantes na dinâmica do conselho, devido às atitudes deles em relação à dinâmica da empresa, ao seu ceticismo e, esperamos, independência. Mas a presença no conselho de diretores eleitos por acionistas relevantes, acredito, pode aumentar as chances de que alguém assuma posições de longo prazo (em empresas do mercado brasileiro)", disse.

Para a presidente da CVM, permitir que os acionistas relevantes assumam uma posição mais proeminente no conselho não deveria ser visto de forma negativa. Ao contrário, poderia ser encorajada à medida que uma das dificuldades do mercado brasileiro é atrair investidores com visão de longo prazo e não apenas investidores de alta frequência. Embora a percepção em geral seja de que é mais fácil para conselheiros independentes exercer o papel de supervisionar e cobrar a execução de metas e políticas estratégicas dos administradores, Maria Helena destaca que isso não ocorre em 100% dos casos. "Se é obrigado a reconhecer que nem sempre os conselhos funcionam tão bem. Muitas vezes isso acontece porque as pessoas têm participação em outros conselhos, têm pouca condição de se envolver o suficiente com os assuntos para dar uma contribuição de verdade", disse Maria Helena, que citou o caso da fabricante de produtos para saúde e higiene Cremer.

Exemplo da Cremer: Durante o congresso, o presidente do Conselho de Administração da Cremer, Luiz Spínola, relatou sua decepção com a opção por "medalhões" como conselheiros independentes da companhia. Fundada em 1935, a Cremer teve capital aberto por cerca de 40 anos, até que, em 2004, o fundo de private equity MLGPE, do banco norte-americano Merrill Lynch, comprou o controle da empresa e fechou seu capital. Sob comando do fundo norte-americano, a empresa modernizou e profissionalizou a gestão. Em 2007, a Cremer voltou à Bolsa. Com isso, o Conselho de Administração da companhia foi modificado e quatro conselheiros independentes foram indicados. Um dos problemas que levaram o modelo a dar errado foi a falta de prioridade dos profissionais em relação à empresa. "Eles não tinham tempo", contou Spínola em palestra durante a conferência.

Outro desafio para Cremer é que, após a volta à Bolsa em 2007, 95% do capital da companhia estava em mãos de cerca de 100 acionistas, recordou Spínola. O quadro começou a mudar para melhor, porém, quando um "núcleo duro" de acionistas se reuniu e decidiu atuar para influir na gestão e alterar o conselho. Por isso, Spínola destaca os desafios das companhias com capital pulverizado no País. Segundo ele, no modelo anglo-saxão, foram anos de consolidação, dando tempo para os conselhos se prepararem para gerir empresas "sem dono". "No Brasil, a chegada desse modelo deu-se de forma abrupta", comentou Spínola.

Agência Estado

Apoio aos mineiros de Astúrias na Espanha

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Perspectivas negativas para 2º trimestre impactam Cia.Hering

Decisão do governo em diminuir os incentivos fiscais para as importações deve afetar os ganhos da empresa.

Em meio a instabilidade do Ibovespa, as ações da varejista Cia. Hering lideraram as quedas do pregão desta terça-feira (26/6).

Os papéis ordinários da companhia (HGTX3) recuaram 7,62%, cotados à R$ 37,09.

Para Cauê Pinheiro, analista financeiro da SLW Corretora, as principais causas para a forte baixa das ações seriam as observações feitas pelo relatório do Bank of America Merrill Lynch, elaborado por Melissa Byun, Marcelo Santos e Robert Ford.

De acordo com o relatório divulgado na segunda-feira (25/6), a decisão do governo em diminuir os incentivos fiscais para as importações deve afetar os ganhos da empresa, ou seja, a interrupção de alguns benefícios para a companhia moderaram o entusiasmo dos analistas em relação aos seus papéis.

Com isso, as perspectivas para o resultado do segundo trimestre são desanimadoras. Além disso, a desvalorização da moeda brasileira e a demanda mais fraca contribuem para este panorama.

A equipe de analistas do BofA Merril Lynch tem recomendação "neutra" para as ações da Cia.Hering, com o preço-alvo de R$ 48,00.

Marcelo Ribeiro (mribeiro@brasileconomico.com.br) |

domingo, 24 de junho de 2012

Uniasselvi é vendida para a Kroton Educacional

Kroton compra Grupo Uniasselvi por R$ 510 mi

A Kroton Educacional informou nesta terça-feira que sua subsidiária Editora e Distribuidora Educacional adquiriu 100% do Grupo Uniasselvi, que inclui as mantenedoras das instituições de ensino Centro Universitário Leonardo da Vinci, Faculdade Metropolitana de Blumenau, Faculdade Regional de Timbó, Faculdade do Vale do Itajaí Mirim, Faculdade Metropolitana de Rio do Sul e Faculdade Metropolitana de Guaramirim. A compra foi realizada na segunda-feira.

A Editora pagou 510 milhões de reais pela aquisição, dos quais 335 milhões de reais foram à vista e 175 milhões de reais serão quitados em seis parcelas anuais. A primeira parcela tem vencimento previsto para o dia 28 de maio de 2013 e as seguintes no mesmo dia dos anos imediatamente seguintes. As cinco primeiras parcelas terão o valor principal de 27,5 milhões de reais e a sexta parcela, de 37,5 milhões de reais. As parcelas serão corrigidas anualmente pela variação do CDI.

Caso o faturamento líquido de 2012 do Grupo Uniasselvi supere o patamar de 230 milhões de reais, a Kroton pagará um valor de até 15 milhões de reais. Esse "bônus de performance" alcança a sua totalidade, se o faturamento líquido atingir 260 milhões de reais, sendo o pagamento previsto para ser realizado em 2013. Em 2011, o faturamento líquido registrado do Grupo Uniasselvi foi de 196,3 milhões de reais.

Ainda segundo o fato relevante, o preço de aquisição está sujeito a ajustes bem como compensação contra perdas e passivos, conforme estabelecido no contrato. Ainda de acordo com o comunicado, as sociedades que compõem o Grupo Uniasselvi não possuem endividamento líquido.

O Grupo Uniasselvi é formado pelas sociedades Ítala Participações Ltda., Sociedade Educacional Leonardo da Vinci S.S. Ltda., ASSEVIM - Sociedade Educacional do Vale do Itajaí Mirim Ltda., Instituto Educacional do Alto Vale do Itajaí Ltda., Sociedade Educacional do Vale do Itapocu S.S. Ltda., Sociedade Educacional do Planalto Serrano Ltda., UNIASSELVI - Sociedade de Pós Graduação Ltda., Sociedade Educacional do Vale do Itajaí S.S. Ltda. e Livraria e Editora LDV Ltda.

(Com Agência Estado)




Uniasselvi é vendida para a Kroton Educacional

O Grupo Uniasselvi, com sede em Indaial, foi comprado pela Kroton Educacional. A negociação foi fechada ontem. O valor da negociação foi de R$ 510 milhões.

A Uniasselvi foi criado em 1999 e tem mais de 80 mil alunos, sendo 12 mil de graduação, 60 mil no ensino à distância e cerca de 10 mil na pós-graduação. São seis unidades em Indaial, Blumenau, Timbó, Brusque, Guaramirim e Rio do Sul.

Com a aquisição, a Kroton, com forte atuação em outras regiões do país, chega a mais de 400 mil alunos e entra definitivamente na região Sul. Ano passado, o grupo comprou a Unopar por R$ 1,3 bilhão.

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Kroton compra Uniasselvi por R$ 510 milhões

Kroton Educacional anunciou nesta terça-feira (29)a compra da Uniasselvi, grupo de universidade e faculdades de Santa Catarina, por R$ 510 milhões, ampliando sua carteira de alunos no ensino superior para cerca de 417 mil. Do valor da aquisição, R$ 335 milhões foram pagos à vista, utilizando a posição de caixa da companhia. Os R$ 175 milhões restantes serão abatidos em seis parcelas anuais, e a Kroton pagará ainda um bônus de até R$ 15 milhões se o faturamento líquido da Uniasselvi passar de 230 milhões em 2012. Em 2011, a Uniasselvi teve receitas de R$ 196,3 milhões.

A aquisição é a mais importante da Kroton desde a compra em dezembro da Unopar, no Paraná, por R$ 1,3 bilhão. Em março, o presidente-executivo do grupo educacional, Rodrigo Galindo, afirmou que a empresa previa fazer aquisições pontuais em 2012.

Até março, a Uniasselvi tinha 86,2 mil alunos, sendo 73,7 mil em ensino a distância de graduação e pós-graduação e 12,5 mil de ensino superior presencial. A compra do grupo catarinense inclui as mantenedoras das instituições Centro Universitário Leonardo da Vinci, Faculdade Metropolitana de Blumenau, Faculdade Regional de Timbó, Faculdade do Vale do Itajaí Mirim, Faculdade Metropolitana de Rio do Sul e Faculdade Metropolitana de Guaramirim. “A aquisição promove a entrada da Kroton em uma nova região de atuação no ensino superior presencial, por meio de sete unidades em Santa Catarina, localizadas nos municípios de Blumenau (dois campi), Indaial, Brusque, Timbó, Rio do Sul e Guaramirim”, informou a compradora. O negócio ainda precisa da aprovação das autoridades competentes.

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Sobre a Kroton Educacional

A Kroton Educacional é uma das maiores organizações educacionais privadas do Brasil e atuação no setor há mais de 45 anos, tendo início em 1966. A companhia tem um modelo de negócio abrangente e diferenciado que atende vários segmentos da educação básica à pós-graduação. No ensino superior são oferecidos cursos de graduação e pós-graduação nos formatos presencial e a distância. Na educação básica são fornecidos às escolas associadas o sistema de ensino, que compreende material didático, serviços de treinamento, avaliação e tecnologia educacional, suportados por um robusto modelo pedagógico eficiente.

Com presença nacional, a Kroton Educacional conta hoje com 53 campi no ensino superior, localizados em dez estados brasileiros e em 39 municípios, além de 447 pólos ativos de graduação via EaD. Em 28 de maio de 2012, atendia 411 mil alunos no ensino superior, nas modalidades de ensino presencial e a distância. Além disso, em 31 de março de 2012, atendia cerca de 289 mil alunos na educação básica divididos entre o setor privado, com 810 escolas associadas em todos os estados do Brasil, e o setor público, com atuação em três cidades.

A companhia mantém como investimento social a Fundação Pitágoras, organização sem fins lucrativos, que viabiliza projetos educacionais em instituições públicas e privadas. O objetivo é transferir tecnologia de gestão e capacitar os profissionais para melhorar o desempenho dos alunos da educação infantil e do ensino fundamental.

Mais informações no site www.kroton.com.br

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Setor Têxtil tem seu pior trimestre em 20 Anos

Industriais de São Paulo se juntam aos políticos para cobrar medidas do governo estadual.

O pior resultado da cadeia têxtil e de confecção em um primeiro trimestre, num período de 20 anos, motivou uma reação de representantes do setor no Estado de São Paulo através de cobranças levadas ao governo.

Em relação ao mesmo período do ano passado, a produção têxtil paulista caiu 10,29%, enquanto a redução do setor de vestuário foi de 26,15% nos primeiros três meses deste ano, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e avaliação do Sinditêxtil - o sindicato das tecelagens de São Paulo.

Entidades de classe e a Frente Parlamentar do Setor Têxtil se reuniram ontem com o secretário estadual de Fazenda, Andrea Sandro Calabi, para entregar uma petição em que solicitam nova série de medidas para dar fôlego ao setor.

"Foi uma reunião muito boa e esperançosa. Esperamos um sinal verde do secretário em 20 ou 30 dias", disse o presidente do Sinditec (Sindicato das Indústrias Têxteis de Americana e Região), Fabio Beretta Rossi.

De acordo com ele, a principal reivindicação para as indústrias da RPT (Região do Polo Têxtil) é o aumento do prazo de recolhimento de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de 40 para 90 dias, após o fechamento de cada mês.

Um ofício da Frente Parlamentar encaminhada à Fazenda argumenta que a proposta "não deve acarretar renúncia significativa de arrecadação, uma vez que o mercado têxtil paulista se mostrará mais competitivo, na medida em que o preço se torne mais acessível - e o ICMS é, indiscutivelmente, componente importante do preço".

Ainda de acordo com o documento, baseado no IBGE, o pessoal ocupado na produção, de janeiro a março, recuou 6,07%, na indústria têxtil e 5,41%, no vestuário.

"O secretário reconheceu a importância de manter o setor têxtil vivo aqui no Estado. Esperamos que essa posição influencie na avaliação desses pedidos", comentou o presidente do Sinditêxtil, Alfredo Bonduki.

Ele ainda enfatizou o objetivo de diminuir a evasão de empresas do ramo para fora do Estado e o aumento da competitividade com os produtos estrangeiros.

"Esperamos que o aumento do consumo nos ajude na recuperação do começo de ano ruim", acrescentou.

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Indústria têxtil deve R$ 217 milhões para a Celesc

Setor é o que tem o maior débito com a estatal de energia.

Cinco grandes indústrias têxteis catarinenses, algumas com mais de cem anos de fundação, devem R$ 217 milhões em faturas atrasadas para a Celesc. O setor é o que apresenta as maiores dívidas com a estatal de energia elétrica. As contas de luz deixaram de ser pagas há quatro anos, e um programa foi criado especificamente para tentar resolver a situação.

Nesta quinta, a indústria que tem o maior débito teve a proposta para quitar os R$ 61 milhões devidos à Celesc aceita — a direção da estatal não tem autorização para divulgar o nome dos seus devedores. O acordo prevê a entrega de um terreno em Brusque avaliado em R$ 15 milhões e mais R$ 30 milhões em créditos com a Eletrobras. A alternativa foi analisada e aceita pelo conselho de administração da Celesc em reunião realizada pela manhã.

O terreno pode ser usado para a instalação de uma subestação de energia. Já o crédito oferecido é resultado de uma ação judicial da indústria contra uma taxa cobrada nas tarifas de luz. A têxtil ganhou e o valor desembolsado virou crédito que pode ser usado como dinheiro e será repassado para a estatal.

A falta de pagamento das contas de luz por parte destas cinco empresas começou em 2008, ano de início da crise econômica mundial, surgida a partir da falência do setor imobiliário dos Estados Unidos, revela André Rezende, diretor de Relações com Investidores da estatal. Ele conta que o problema levou o governo catarinense a negociar a situação.

O presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, participou da elaboração do projeto e conta que o Estado foi solidário. Mas ele reclama do preço da energia. Lembra que o único país com matriz energética semelhante à do Brasil é o Canadá, e que lá a tarifa é 70% mais barata.

No acordo, ficou determinado que as cinco empresas teriam direito a parcelar as dívidas pelo prazo de 120 meses (10 anos). Houve alívio, mas ainda assim a conta ficou salgada e há quem desembolse R$ 800 mil a cada 30 dias. A facilitação para quitar os débitos também não significa que tudo saiu como o planejado.

Dificuldades financeiras levaram três indústrias a entrarem com pedido de recuperação judicial. Com a adoção deste dispositivo, a dívida deixa de ser paga e é preciso apresentar uma proposta à Celesc. Foi o que ocorreu ontem. As outras duas estão pagando as prestações com a estatal. Mas em um caso está sendo complicado. Em alguns meses, o depósitos não são efetuados na data correta e acumulam duas ou até três parcelas.

Perdas refletidas no balanço
A dívida de energia das indústrias têxteis também virou prejuízo para a Celesc. Por causa das normas contábeis, os valores devidos que a estatal não consegue cobrar são obrigados a serem incluídos no resultado da empresa como perdas, explica André Rezende, diretor de Relações com Investidores da estatal.

Seguindo esta determinação, o balanço do ano passado da Celesc saiu com impacto negativo de R$ 19,5 milhões por causa do atraso no pagamento das indústrias têxteis.

André diz que a soma total de R$ 217 milhões não entra no balanço porque parte está sendo paga e por haver três empresas em recuperação judicial. O diretor lembra que foi outra administração que negociou com as indústrias têxteis, por isso não pode mencionar os motivos que levaram ao parcelamento.

Ele ressalta que o setor responde por 19% do PIB catarinense e a cadeia emprega milhares de pessoas. E argumenta ainda que diante deste cenário a Celesc não pode esquecer seu caráter público. Mas hoje a situação seria diferente porque foram criadas novas regras para negociar dívidas com a estatal. Foi exigida uma garantia, como um imóvel, e o prazo para parcelamento foi reduzido para 36 meses.

O presidente do Sindicato da Indústria Têxtil de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, afirma que a situação das cinco empresas não pode ser atribuída à concorrência com os chineses ou à depreciação cambial. Ele declara que esta é a situação de parte do setor e há indústrias saudáveis e rentáveis. Ele justifica que foi uma série de fatores que levou este grupo a esta situação de inadimplência.

Aumento de salário mínimo ameaça competitividade chinesa

O aumento do salário mínimo chinês, decretado pelo governo, deverá estimular mais indústrias a saírem do país em busca de mão de obra mais barata em países do sudeste asiático, segundo preveem analistas ouvidos pela BBC Brasil.
 
O 12º Plano Econômico Quinquenal de Pequim anunciou recentemente um aumento anual de 13% do salário mínimo até 2015 nas províncias chinesas, com o objetivo de garantir a estabilidade social pela diminuição da diferença entre a renda de ricos e pobres. Segundo o Conselho Nacional do Congresso chinês, os 10% mais ricos do país ganham 23 vezes mais do que os 10% mais pobres.

O governo anunciou também o aumento do limite de isenção de Imposto de Renda de 2 mil yuans (R$ 660) para 3,5 mil (R$ 1,155).

Para Tom Miller, da consultoria GK Dragonomics, essa mudança de perfil "já vem ocorrendo há três anos e, em uma década, deveremos ver o fim da China barata", algo que deve afetar o preço das exportações do país e a dinâmica da competitividade global no futuro.

Indústria mais cara
A mudança de filosofia que vem sendo introduzida por Pequim prevê um foco menor no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e mais ênfase a aumento dos benefícios sociais, como seguro de saúde e alongamento da licença maternidade de 90 para 98 dias.

Estima-se que esses acréscimos elevem em 20% o custo de mão de obra. Isso deve ter um impacto negativo na competitividade de produtos fabricados por certos setores da indústria chinesa que, desde a reforma econômica de 1979, vem se notabilizando pela produção em massa a custos baixos.

"Está ficando mais caro produzir na China, porque há mais oportunidades de trabalho", explica Shaun Rein, autor do livro The End of Cheap China (O Fim da China Barata, em tradução livre).

De acordo com Rein, a expansão do setor de serviços acaba elevando gerando nos operários chineses a expectativa de também receber salários mais altos.

Em abril deste ano, a primeira ação coletiva para aumento de salário foi vencida em Dalian, no noroeste da China. Cem mil trabalhadores da indústria de software local assinaram um novo contrato que prevê o aumento dos vencimentos em 6%. O acordo abrange 500 companhias e 70% da mão de obra do setor.

Inflação mundial
Segundo Rein, a iniciativa do governo de elevar o nível salarial do operário tem criado discrepâncias. "Muitos profissionais graduados ganham hoje menos do que um trabalhador da indústria", diz.

Um exemplo é o concorrido posto de catador de lixo em Guangzhou, que oferece salário mensal de 4 mil yuans (R$ 1.320) – enquanto isso, a média de salário de um jovem recém-formado é de cerca de 2,5 mil yuans (R$ 825).

E de acordo com Rein, os efeitos também serão sentidos no exterior, com produtos mais caros. "As mudanças do estilo de crescimento e as políticas governamentais concedendo maiores direitos aos trabalhadores vão criar uma força inflacionária mundial."

Ao mesmo tempo, o desenvolvimento do centro-oeste e do norte da China tem tirado do rico leste centenas de milhares de trabalhadores migrantes, atraídos por novos empregos em províncias centrais mais próximas a suas casas.

Em Guangdong, a estimativa é de que, neste ano, haja um deficit de 800 mil trabalhadores na chamada "indústria barata" - setores de calçados, têxtil e alimentos, conforme o departamento provincial de recursos humanos.

O brasileiro Otávio Oliveira, que trabalha no grupo americano de calçados Camuto, diz que 15% das operações da empresa já saíram de Guangdong para diferentes áreas. "E estamos analisando oportunidades em outros países da Ásia também. Esta é uma tendência irreversível no segmento do calçado", diz Oliveira.

Ele conta ainda que muitos de seus fornecedores perderam funcionários para a indústria eletrônica, que é altamente incentivada por Pequim por ser uma indústria "mais limpa" e que força a especialização da mão de obra. "Por vezes enfrentamos atrasos e problemas de qualidade no nosso produto porque as fábricas simplesmente não conseguem cumprir as datas por não terem funcionários suficientes."

Salário mínimo menor
Com os salários na China crescendo em ritmo duas vezes superior ao do PIB, o país perde competitividade no mercado internacional e, com isso, muitas empresas resolvem levar seus centros de produção para outros países.

Vietnã, Indonésia e Malásia têm a média do salário mínimo 30% inferior à da China, aponta estudo de 2011 da consultoria KPMG.

O documento mostra que os efeitos do aumento do custo de um empregado na China foram maiores para os setores de calçados (que se deslocou para Indonésia, onde as exportações cresceram 42% e chegaram a US$ 1,2 bilhão em 2011); e vestuário e têxtil (movido para Bangladesh, com um crescimento nas exportações de 43%, US$ 18 bilhões).

"Os nossos grandes competidores, em termos de custo de produção, são outros países da Ásia, como Indonésia, Vietnã, Índia, Camboja e, recentemente, América Central", revela Oliveira. "A Camuto ainda consegue crescer 20% o valor anual das exportações graças à transferência de produção do Brasil para China e também ao crescimento da companhia no mercado americano", acrescenta ele.

Competitividade e impacto no Brasil
Outro efeito do encarecimento dos produtos exportados pela China é um possível ambiente mais competitivo para a indústria global.

Mas, para Oliveira, a abertura de fábricas em lugares ainda baratos, como Vietnã e Camboja, dificulta a expansão calçadista brasileira.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), até abril deste ano o Brasil exportou 1,3% a menos de pares em relação a 2011.

Cristiano Korbes, diretor de projetos internacionais da Abicalçados, defende que o futuro da indústria calçadista brasileira está na valorização da moda conceitual do país. "A competição com a China é muito forte, mas temos capacidade de levar aos consumidores não apenas produtos, mas conceito, estilo de vida brasileiro e muita moda 'Made in Brazil'."

Outro ponto a ser desenvolvido no país é a infraestrutura da cadeia industrial: "O Brasil precisa ainda resolver questões de estrutura, logística, e esse esforço a China já fez", aponta Korbes.


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Bonduki enxerga a luz no fim do túnel para o Setor Têxtil

O presidente do Sinditêxtil (Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo), Alfredo Emílio Bonduki, acredita que há uma luz no fim do túnel para o setor têxtil. A esperança é que as salvaguardas para o setor de confecções, a queda na taxa de juros e a desvalorização do câmbio possam dar um fôlego ao segmento que sofre com a concorrêncial desleal com os produtos asiáticos. O dirigente empresarial fez uma análise da conjuntura econômica no Jornal da Notícia, apresentado por Walter Bartels e Edmilson Barbosa, o Magrão.

Importações de vestuário crescem 41,1% até maio, diz Abit

As importações de vestuário cresceram 41,1% em valor nos primeiros cinco meses deste ano em relação ao mesmo período de 2011, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Em toneladas, as importações avançaram 32,5%, na mesma comparação.

De janeiro a maio, houve crescimento de 18,2%, para US$ 2,24 bilhões, no déficit na balança comercial do setor têxtil e de confecção (excluída a fibra de algodão), na comparação com um ano antes. As importações avançaram 11,9% e somaram US$ 2,75 bilhões, enquanto as exportações tiveram queda de 12,2%, para US$ 512 milhões.

Na sexta-feira, foi anunciada a alteração da margem de preferência de compras governamentais, anteriormente fixada em 8% pelo governo federal, para 20%. Empresários do setor esperam que a "competição desleal" entre produtos importados e fabricados nas licitações públicas seja reduzida, diz a Abit. "Com a nova margem de preferência, poderemos competir de forma mais equilibrada com os produtores asiáticos", afirma Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Abit.

Segundo Diniz, os exportadores chineses contam com 27 tipos de incentivos para baratear o seu preço. "É preciso mudanças contínuas e profundas nas estruturas de produção. As medidas anunciadas pelo governo há alguns dias mostram uma sensível preocupação com a desindustrialização e redução dos empregos no País, mas ainda não são suficientes", afirma.

Segundo o IBGE, de janeiro a abril de 2012, a produção da indústria têxtil recuou 7,6%, enquanto o segmento de vestuário teve queda de 13,5%. Já o varejo teve um desempenho positivo de 0,4%. Esse crescimento foi abastecido pelo alto volume de produtos importados, afirma a Abit.

No mesmo período, o setor têxtil e de confecções gerou 11.692 novos postos de trabalho, 70% menos que no mesmo período do ano passado, quando foram criadas 16.536 vagas.

Do início do ano até o hoje, o "Importômetro", da Abit, registra a soma de R$ 3,13 bilhões em importações no setor. "O número mostra que mais de 352 mil postos de trabalhos deixaram de ser gerados", afirma a entidade.

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Violência fecha 300 fábricas de roupas em Bangladesh

DHAKA, 16 Jun (Reuters) - Donos de 300 fábricas de roupas em Bangladesh fecharam suas portas indefinidamente neste sábado, após dias de protestos salariais violentos por trabalhadores, ameaçando a maior exportação do país, já impactada pela crise global.

A decisão de fechar todas as fábricas em Ashulia, uma das principais zonas industriais do país na periferia de Dhaka, ocorreu depois de as negociações entre trabalhadores e proprietários não conseguirem romper o impasse.

"Fomos obrigados a fechar todas as nossas fábricas em Ashulia", disse Mohammad Shafiul Islam, presidente da Associação de Fabricantes e Exportadores de Vestuário de Bangladesh.

"Tentamos resolver a questão (de aumento salarial e outros benefícios) amigavelmente através de discussões, mas os esforços não deram resultados", disse ele em coletiva de imprensa.

Testemunhas disseram que a polícia disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha e usou canhões de água para dispersar os trabalhadores durante cinco dias de confrontos. Cerca de 250 pessoas, incluindo policiais foram feridas e ativistas depredaram dezenas de veículos e barricaram uma importante estrada.

"Tivemos que tomar medidas duras para restaurar a ordem, já que os trabalhadores não iria parariam a violência", disse um policial de Ashulia.

Os trabalhadores estão exigindo salários mais altos após um aumento nos preços dos alimentos e de utilidade. Após violentos protestos em 2010, Bangladesh quase dobrou o salário mínimo para milhões de trabalhadores do setor de vestuário para 3 mil taka (37 dólares) por mês.

No sábado, autoridades reforçaram o policiamento em Ashulia temendo que as fábricas fechadas pudessem ser atacadas e vandalizadas pelos trabalhadores.

(Reportagem de Anis Ahmed e Ruma Paul)

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Importação de têxteis sobe 12,2%

Entre janeiro e maio de 2012, o déficit da balança comercial do setor têxtil e de confecção do Brasil cresceu 18,2% (excluída a fibra de algodão), acumulando um saldo negativo de US$ 2,24 bilhões, na comparação com igual período do ano passado. O resultado ocorreu devido ao decréscimos das exportações, com queda de 12,2%, totalizando US$ 512 milhões no período, e à expansão das importações, que cresceram 11,9%, somando US$ 2,75 bilhões. Vale destacar que somente as importações de vestuário cresceram 41,1% em valor e 32,5% em toneladas.

As informações foram divulgadas ontem pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Segundo a entidade, a importações acumuladas desde janeiro até ontem já eram superiores a R$ 3,133 bilhões, número que, de acordo com o "Importômetro" da Abit, mostra que mais de 352 mil postos de trabalhos deixaram de ser gerados setor brasileiro.

Entre janeiro e abril de 2012, o setor têxtil e de confecção registrou a geração de 11.692 novos postos de trabalho, 70% menos que no mesmo período do ano passado quando já haviam sido criadas 16.536 vagas.

A produção física dos setor também tem sido afetada, registrando recuo de 7,59% entre janeiro e abril deste ano, na comparação com igual período de 2011, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Somente em vestuário, a queda na produção foi de 13,49% no período. Já o varejo, teve cresceu 0,45%, expansão abastecida pelo alto volume de produtos importados.

Medidas
A fim de restabelecer a competitividade da indústria têxtil brasileira, o governo federal anunciou, na semana passada, a ampliação da margem de preferência de compras governamentais, que passou de 8% para 20%.

"Com a nova margem de preferência, poderemos competir de forma mais equilibrada com os produtores asiáticos. Neste sentido, podemos citar o caso dos exportadores chineses que contam com 27 tipos de incentivos para baratear ainda mais o preço. É preciso mudanças contínuas e profundas nas estruturas de produção. As medidas anunciadas pelo governo há alguns dias, mostram uma sensível preocupação com a desindustrialização e redução dos empregos no País, mas ainda não são suficientes", explica o presidente da Abrit, Aguinaldo Diniz Filho.

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segunda-feira, 18 de junho de 2012

sábado, 16 de junho de 2012

Diminui procura por imóveis em Blumenau

Endividados, consumidores estão receosos em assumir financiamentos

Depois de praticamente três anos de bonança, o mercado imobiliário está retornando aos padrões de ritmo de venda que ocorriam antes da crise econômica de 2008. Após a facilitação do crédito e os incentivos do governo ao consumo, em 2012 o mercado desacelerou.

Com boa parte do orçamento doméstico comprometido, os consumidores estão mais cautelosos e exigentes com as novas aquisições. Para especialistas, a corrida pela compra de imóveis começou já com os dias contados, e eles findaram.

Em Blumenau e no Médio Vale as vendas de imóveis continuam ocorrendo, mas com menos força, avalia Soraia Vasselai, delegada regional de Blumenau do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado de SC (Sindimóveis - SC). Soraia explica que a euforia vivida nos últimos três anos cessou. O que ocorre agora é que o patamar de vendas deve ficar próximo ao que se tinha até meados de 2008.

As construções e lançamentos não foram estancados, mas as construtoras estão buscando diferenciais nas novas obras, procurando nichos de mercado e tendo atenção a detalhes que podem comprometer a comercialização do empreendimento, como a vizinhança.

Outro fator que afeta o mercado regional é o fim do Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço (FGTS). Com o dinheiro liberado para várias cidades em 2008 e novamente em setembro de 2011, muita gente teve um acréscimo no orçamento que não esperava, aproveitou para dar entrada para a compra da casa própria e financiou o saldo, avalia Rogério Isnar Patrício, presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais de Blumenau e região (Secovi Blumenau).

Em 2010, com a procura por imóveis muito acima da média dos anos anteriores, os mais experientes desconfiaram de tanta bonança. Marcelo Silveira, diretor comercial da construtora Frechal, acredita que a procura provocada pelo incentivo ao consumo teve um fim basicamente eleitoral, baseado na economia artificialmente inflada. O desafio foi analisar o mercado e preparar-se para aguentar a ressaca prevista após a euforia. É o que ocorre agora. Apesar disso, a estratégia é continuar com lançamentos e manter a musculatura da empresa forte. Sobre o futuro próximo, não há certezas.

A mesma opinião é compartilha por José Airton Bendini, proprietário da imobiliária Habitação e responsável pelo departamento comercial da construtora Speranzini.  

Caixa registra crescimento nos financiamentos

A desaceleração do ritmo da economia que tem afetado, entre outros mercados, o de imóveis, não está sendo sentida no principal agenciador de financiamentos de imóveis do país, afirma o superintendente regional da Caixa Econômica Federal, Renato Scalabrin.

No Vale do Itajaí, de janeiro a 15 de maio, a Caixa teve contratados R$ 332,7 milhões em financiamentos habitacionais - incluindo compra de material de construção. O número é 46% maior em relação ao mesmo período do ano passado. Scalabrin avalia que três fatores estão influenciando o resultado. O principal é o fato das construtoras estarem abrindo mão do financiamento próprio para oferecer por meio da Caixa. Depois, as trocas de casas e apartamentos e as recentes aquisições pela Caixa de imóveis comerciais.

O superintendente reconhece que o mercado passa por mudanças e que as empresas precisam ter mais cautela ao lançar novos edifícios residenciais. Este ano, nacionalmente a Caixa pretende atingir R$ 96 bilhões em crédito imobiliário. O anúncio na semana passada do aumento de 30 para 35 anos para quitação de financiamento imobiliário faz parte da estratégia de avanço nesse mercado.

No departamento de Análise de Projetos da prefeitura de Blumenau, o volume de trabalho continua intenso em 2012.

- As construtoras estão avançando para as regiões da Velha e Itoupava Norte. Também ainda temos alguns projetos que precisaram de alterações após o novo Plano Diretor. E isso atrasou por causa da liminar da Justiça que suspendeu as análises por um tempo. Por isso acredito que ainda tenhamos uma certa demanda desses projetos, mas não muita coisa - explica Roger Danilo Schreiber, Diretor de Análise de Projetos da prefeitura de Blumenau.

Entre janeiro e maio a prefeitura de Blumenau autorizou a construção de 128 novos prédios residenciais. Em todo o ano passado foram liberados 348 edifícios para moradia.

JORNAL DE SANTA CATARINA

Inadimplência do consumidor cresce 21% em maio, diz Serasa

A inadimplência dos consumidores brasileiros cresceu 6,2% em maio na comparação com abril, a terceira elevação mensal consecutiva. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a alta foi de 21,4%.

No acumulado de janeiro a maio, a alta foi de 20% na comparação com o mesmo período de 2011.

O crescente endividamento do consumidor e as compras parceladas para o Dia das Mães foram as principais razões para a alta da inadimplência em maio, segundo economistas da Serasa.

As dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água) puxaram esse crescimento, com variação de 9% entre maio e abril.

A inadimplência com os bancos também subiu 3,1% no mês passado. Os títulos protestados e os cheques sem fundos apresentaram variação de 14,8% e 9,2%.

O valor médio das dívidas registrou crescimento de janeiro a maio de 2012. As dívidas não bancárias cresceram 17,5%, os cheques sem fundos apresentaram elevação de 11,9%, assim como os títulos protestados e as dívidas com os bancos, que aumentaram 9,3% e 0,1%.

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sexta-feira, 15 de junho de 2012

Teka fecha fábrica no interior de São Paulo

São Paulo – A Teka encerrou ontem as atividades na filial fabril de Itapira, interior de São Paulo. A unidade era responsável por finalizar a produção de edredons.

Segundo comunicado enviado nesta sexta-feira à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os 370 colaboradores do local haviam sido informados sobre a decisão, assim como o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de Campinas e Região.

Em nota, a empresa explica que o fechamento da fábrica ocorreu “em decorrência do processo de reestruturação pelo qual vem passando, visando manter sua competitividade no mercado nacional e internacional”.

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Bancos Centrais preparam ação prevendo pânico após eleições na Grécia

Hering cai 4,95% e lidera perdas no Ibovespa após número de vendas no varejo

SÃO PAULO - Com queda de 4,95% e negociadas a R$ 41,30, as ações da Hering (HGTX3) lideraram as quedas no Ibovespa nesta quinta-feira (14). Enquanto isso, o índice da bolsa paulista teve queda de 0,54%, fechando aos 55.351 pontos, enfraquecido também pela forte desvalorização das ações da Petrobras (PETR3; PETR4).

Possivelmente, os papéis da varejista refletiram os números abaixo do esperado das vendas do comércio - que avançaram 0,8% em abril contra março. Já o comércio de tecidos, vestuário e calçados - segmento onde a Hering atua - teve alta de 1,1%. Na comparação anual, este setor recuou 1,1%, enquanto o varejo como um todo avançou 6%.

"Esses números com certeza influenciam. O setor de varejo foi bem prejudicado na bolsa nesta sessão", afirma Filipe Portella, sócio-diretor da Monte Bravo. Nesse cenário, outros papéis de varejistas similares também tiveram queda na sessão, como os da Lojas Renner (LREN3; R$ 59,05, -1,58%) e da Lojas Americanas (LAME4, R$ 12,13, -1,14%).

Correções estão mais fortes
Na visão de Portella, o que fez com que as ações da Hering se destacassem na ponta negativa foi a forte alta das últimas sessões. Antes desta quinta-feira, os papéis da companhia haviam registrado alta em quatro das últimas cinco sessões. "Ela foi a mais prejudicada até pelo fato de ser a única a ter subido forte nos últimos dias", destacou Portella.

Vale mencionar que o mercado tem mostrado nervosismo nas últimas sessões e tem apresentado grandes variações, refletindo o desdobramento da crise na Zona do Euro. "O mercado está um pouco exagerado nas correções, até mesmo por conta da volatilidade", salienta. Assim, tanto os movimentos corretivos negativos quanto os positivos tem superado o que seria considerado como "normal" em um mercado menos nervoso.

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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Leblon Equities aumenta participação na Coteminas

São Paulo – A Leblon Equities aumentou a participação acionária na Coteminas (CTNM3, CTNM4), segundo mostra comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta segunda-feira.

Foram adquiridas 2.577.100 ações da companhia, somando assim 15.542.983 papéis – sendo 12.172.177 ações ordinárias e 3.370.806 ações preferenciais. A quantidade equivale a 13,32% do capital social da companhia.

Segundo o comunicado, o objetivo da aquisição é aumentar o investimentos dos fundos na companhia e não há intenção de modificar a composição do controle da Coteminas, nem sua estrutura administrativa.

Além disso, a Leblon Equities não pretende adquirir uma quantidade determinada de ações, mas quer subscrever no mínimo 5 milhões de ações ordinárias da Springs Global, sociedade controlada pela Coteminas.

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Cremer planeja investimento em ações de marketing em 2012

Fornecedora de suprimentos médicos lançará inovações em produtos, formatos e embalagens

Depois de um ano marcado pela expansão das atividades, com a aquisição de quatro empresas, a Cremer, fornecedora de suprimentos médicos, planeja direcionar seus investimentos para ações de marketing em 2012. A companhia deseja lançar uma inovação a cada trimestre voltada para produtos, formatos ou embalagens.

“O vendedor é o centroavante e o marketing é o meio campo; a função do marketing é tocar a bola para o vendedor fazer o gol”, explica o presidente da Cremer, Alexandre Borges. A companhia também já começou a ampliar os pontos de venda, que eram de 13 pessoas e agora são 81.

A Cremer, que busca uma agência de publicidade, também realizou estudos sobre as embalagens dos produtos. De acordo com as pesquisas, que dobraram no último ano, as mulheres reclamavam, por exemplo, dos discos de algodão, que depois de abertos ficavam expostos às impurezas. “A principal mudança é de um foco em questões técnicas e industriais para um olhar para fora, de entender o consumidor”, analisa o diretor da unidade de varejo, Leonardo Byrro.

A companhia registrou uma receita líquida de R$ 120 milhões no terceiro trimestre de 2011 com uma alta de 31,7% comparada com o mesmo período do ano passado. Já quanto aos lucros da Cremer, nos nove primeiros meses do ano, houve uma queda de 53% comparada a 2010. Para o presidente da companhia, as últimas quatro aquisições foram responsáveis pela retração dos lucros. “Estamos sempre avaliando oportunidades, mas estamos terminando de digerir as últimas aquisições”, conta.

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quarta-feira, 6 de junho de 2012

Operários de Fortaleza fecham acordo sobre os dias parados e retornam ao trabalho

O impasse no acordo sobre o desconto dos dias parados da greve dos operários da construção civil de Fortaleza (CE) foi resolvido. O Sindicato Patronal encontrou em contato com o Sindicato dos Trabalhadores na noite de terça-feira (5) com uma nova proposta.

Pelo acordo, que será assinado nesta quarta-feira (6), os empresários se comprometeram a pagar o mês de salário deste mês – até o dia 12 – e descontar os dias parados em cinco parcelas durante o ano. Os descontos não incidem sobre participação nos lucros, 13º salário e férias.

Para o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Nestor Bezerra, essa foi uma importante conquista dos trabalhadores. “É uma vitória dos operários, foram 28 dias de greve com uma grande ofensiva por parte da empresa e da imprensa e ainda assim conseguimos fechar um acordo que não prejudicasse os trabalhadores. O reajuste, no geral de 8%, foi um dos melhores do país”, destacou Bezerra.

Esses trabalhadores conquistaram reajuste geral de 8%, cesta básica de R$ 50,00, piso do servente de R$ 639,00, a manutenção das demais clausulas previstas na CCT 2011 entre outros.

O coordenador agradece o apoio da CSP-Conlutas que, segundo ele, foi determinante para o desfecho vitorioso dessa greve. “Agradecemos o apoio que recebemos da CSP-Conlutas e dos seus sindicatos filiados. Agradecemos também a população recebeu com solidariedade a nossa greve e nos aplaudia nas ruas durante as manifestações e, por ultimo, os trabalhadores pela disposição de luta”, finalizou.

Para o membro da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes, que esteve em Fortaleza dando apoio para a categoria, os trabalhadores reafirmaram a força da unidade para conquistar direitos. “A CSP-Conlutas parabeniza esses operários que mostraram sua garra e não esmoreceram diante dos ataques da patronal, lutaram até o fim por seus direitos e arrancaram a vitória”.

Com informações do Jornal O Povo

terça-feira, 5 de junho de 2012

Futuros de algodão caem para menor nível desde novembro de 2009

Forexpros – Os contratos futuros do algodão ficaram sob forte pressão de venda nesta segunda-feira, ampliando as perdas da sessão anterior, uma vez que as preocupações com o crescimento econômico vacilante dos EUA, com a crise da dívida cada vez maior na zona euro e com uma desaceleração mais profunda que o esperado da atividade econômica chinesa assustaram os investidores.

Na ICE Futures Exchange, os contratos futuros de algodão para entrega em julho foram negociados a US$ 0,6750 por libra-peso durante as negociações europeias da tarde, caindo 1,6%.

Anteriormente, os futuros caíram até 3,5%, para US$ 0,6617 por barril, a maior baixa desde novembro de 2009.

Os preços do algodão vêm apresentando tendência de baixa desde o início de maio, uma vez que os traders permaneceram agitados em meio às preocupações com as perspectivas para a zona euro e para a economia global.

A fibra perdeu quase 25% em maio, porque os grandes fundos de hedge liquidaram suas posições e os especuladores fizeram os preços cair mais ainda em às preocupações acerca das perspectivas econômicas mundiais.

A demanda por algodão, como uma commodity agrícola não alimentícia, é vista como mais intimamente associada às condições econômicas e de confiança do consumidor do que às outras safras agrícolas.

As especulações nas sessões recentes de que a China, maior consumidor mundial, pode estar vendendo algumas de suas reservas nacionais acentuou a negatividade do sentimento do mercado.

A fibra despencou quase 65% de um recorde atingido em março de 2011 uma vez que os preços mais altos fizeram os agricultores plantar mais e a demanda da China desacelerou.

Os traders de algodão aguardavam ansiosamente o relatório de progresso do plantio do Ministério da Agricultura dos EUA (USDA), após o fechamento de segunda-feira na CBOT.

O relatório da semana passada mostrou que quase 76% da safra de algodão dos EUA foi plantada, acima dos 62% da semana anterior e acima da média de cinco anos, de 70%, para esta época do ano.

No Texas, maior estado norte-americano produtor da fibra, 64% da safra foi plantada, acima da média de cinco anos – 60% – para a semana.

Quase 57% da safra de algodão dos EUA foi classificada em condição "boa" ou "excelente", ao passo que apenas 3% da safra foi classificada como "muito ruim” ou “ruim”.

Os EUA são o maior exportador mundial de algodão e o terceiro maior produtor da fibra, atrás apenas da China e da Índia.

Na ICE Futures Exchange, os futuros de café para entrega em julho caíram 0,7%, para US$ 1,5655 por libra-peso, ao passo que os futuros de açúcar para entrega em julho recuaram 0,85%, para US$ 0,1902 por libra-peso.

Leia aqui.

Clique aqui para ver a apresentação na íntegra do Ministério da Agricultura dos EUA (USDA) sobre o Mercado Global de Agricultura.

Indústria têxtil tem expectativa de que importação da China será estancada

Medidas já adotadas pelo governo e possível adoção de salvaguardas contra a China sustentam avaliação

As medidas adotadas pelo governo para conter a invasão de produtos importados da China e melhorar a competitividade de alguns segmentos da indústria está conseguindo algo raro: arrancar comentários favoráveis de entidades ligadas ao setor têxtil, um dos mais ativos no lobby por reformas trabalhistas, redução de impostos e imposição de barreiras a importados, em especial de produtos chineses. De acordo com Alfredo Emílio Bonduki, presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo (Sinditêxtil), graças aos movimentos recentes e outros em fase de implantação, é possível que neste ano as importações permaneçam no patamar de 2011, depois de crescerem 38%, no caso de têxteis, e 70% em confecções, no ano passado.

Entre as medidas que mais agradaram o setor estão o convênio do Inmetro com a Receita Federal, assinado em abril. Segundo Bonduki, com o trabalho conjunto, ficou mais difícil que produtos sem especificação técnicas exigidas dos fabricantes brasileiros entrarem no país. A própria operação Maré Vermelha, que ampliou o número de cargas verificadas em detalhes nos portos e irritou muitos importadores e empresas que dependem de insumos vindos de fora, é vista com bons olhos.

Outra ação elogiada foi a desoneração da folha de pagamento, prevista no Plano Brasil Maior, lançado em abril. A partir de agosto, as empresas têxteis deixarão de recolher 20% de INSS sobre a folha de pagamento e passarão e contribuir com 1% do faturamento para a seguridade social.
Há ainda o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra). Ainda que o governo já tenha dito que ele não permanecerá em vigor em 2013, no curto prazo empresas participantes começam a receber 3% de suas exportações em créditos.

Salvaguardas
A expectativa agora é de que o governo federal adote uma série de medidas de salvaguarda à importação de produtos têxteis e de confecção chineses. Nos últimos seis meses, diz Bonduki, as entidades do setor levantaram informações que permitiram a identificação de 27 programas de subsídios que seriam fornecidos pelo governo chinês. Até o final de julho, a entidade quer protocolar o pleito para que medidas efetivas possam ser tomadas em agosto ou setembro, em tempo de evitar uma enxurrada de produtos asiáticos nas festas de final de ano.

As opções aguardadas são a imposição imediata de sobretaxas de até 50% aos produtos vindos da China – 70% das importações brasileiras de têxteis, que no ano passado totalizaram US$ 6,17 bilhões, vêm do país asiático, segundo o Sinditêxtil –, que poderiam cair a 30%, no prazo de três anos, ou a imposição de cotas por país e importador, diz Bonduki.

Insatisfação
O discurso de aprovação das medidas, porém, não é unânime. “O setor têxtil está se desindustrializando desde o governo Collor. O que complicou a situação recentemente foi o dólar”, diz Valquirio Ferreira Cabral Junior, diretor-comercial da Lupo, uma das maiores fabricantes de meias, lingeries e cuecas do país. “Mas essas são ações paliativas, que não resolvem o problema de fundo. Precisamos é de uma reforma tributária”.

Apesar das reclamações recorrentes do setor, o volume de importações permanece relativamente pequeno no conjunto da cadeia têxtil. Dos US$ 67,3 bilhões vendidos pelas cerca de 30 mil empresas formais que integram a indústria no país, as importações somaram US$ 6,17 bilhões, menos de 10% do total - números da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). No ano anterior, 2010, o percentual foi ainda menor. As importações corresponderam a somente 8,2% dos US$ 60,5 bilhões movimentados.

De olho na ascensão da classe C, empresas como a Invista, hoje dona da marca Lycra - originalmente criada pela Du Pont - e a Rhodia estão investindo em ampliação da capacidade de produção de fios sintéticos no país - o projeto da Invista é de US$ 100 milhões e o da Rhodia de US$ 10 milhões.

A Universo Intimo, fabricante de moda íntima feminina que tem como garota propaganda atualmente a modelo Isabelli Fontana, também vê perspectivas favoráveis de crescimento. Mesmo com o primeiro semestre fraco até aqui (a empresa diz que aumentado as vendas em 5%), o presidente Gilberto Romanato fala em alcançar os mesmos 20% registrados no ano passado, quando a empresa inaugurou uma nova confecção em Mauá, no estado de São Paulo. "O dinheiro que os bancos federais estão liberando deve impulsionar o crédito e facilitar a renegociação de dívidas dos consumidores", avalia.

"É esse novo mercado brasileiro que sustenta nossa aposta", diz Luiza Barros, gerente de comunicação da marca Lycra. Nesse cenário, com o dólar em alta a facilitar as exportações e dificultar as importações, de fato, há menos do que reclamar.

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Leia também: Abit pedirá salvaguarda para confecção em março

Mato Grosso colherá mais da metade da safra nacional de algodão

Mato Grosso é responsável por 50,4% da produção nacional do algodão e, de acordo com o novo levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deve atingir 2.588.996 milhões de toneladas na atual safra, alta de 1.9% em relação à passada. A área destinada à cultura no Estado é de 690.948 hectares (- 4% no comparativo). Já o rendimento médio previsto é de 3.747 kg por hectare.

Na região Centro-Oeste, a cultura é produzida também em Goiás e Mato Grosso do Sul. No primeiro, o levantamento prevê redução de 7,5% na produção (atingindo 393,7 mil toneladas), atribuída a uma queda no rendimento médio de 1,9% (que soma 3.771 kg/ha) aliada à redução de 6.359 ha na área cultivada (estimada atualmente em 101 mil/ha) , quando comparados com 2011.

Já no segundo Estado, a expectativa é de aumento de 9,8% na produção, frente ao ano passado, atingindo 241.800 toneladas. Com isto, Mato Grosso do Sul deve contribuir apenas com 4,7% da produção nacional. Aproximadamente 2% estão colhidos (áreas cultivadas no sul do estado), e os preços estão em torno de R$17,25/arroba de algodão em caroço.

O segundo Estado maior produtor do país, segundo o IBGE, é a Bahia. Neste, é previsto o aumento de 5,1% na área plantada (436,9 mil ha), e espera uma redução de 3,3% no rendimento médio, o que resultaria num crescimento de 1,6% na produção (1.600.656 t), em relação ao ano passado.

A produção nacional estimada para a cultura é de 5,1 milhões de toneladas (+ 1,6% em relação à 2011). A área prevista é de 1.389.234 ha (- 0,8%) e o rendimento médio é de 3.699 (+ 2,4% no comparativo).

28º dia de Greve da Construção Civil em Fortaleza/CE




Nota pública dos Trabalhadores da Construção Civil de Fortaleza


Na tentativa de derrotar a greve, patrões impõem FOME às famílias dos operários

Em assembleia, realizada na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF), mais de dois mil trabalhadores, aprovaram por unanimidade a manutenção da greve da categoria, e diante da intransigência do SINDUCSON-CE, a prioridade passa a ser o fechamento de acordo por “Por Empresa”.

Informamos que as primeiras construtoras já entraram em contato com o sindicato e acordos de compensação dos dias parados foram fechados. Nestas empresas, a categoria deliberou pela volta ao trabalho.

Reafirmamos que o sindicato dos trabalhadores sempre esteve aberto à negociação e que praticamente todas as nossas reivindicações já foram conquistadas e acordadas com o sindicato patronal, restando ao mesmo diminuir a sua ganância e proceder a assinatura da Convenção Coletiva de trabalho.

O motivo que leva os trabalhadores a manter a greve é a postura de arrogância, intransigência e a provocação do SINDUSCON-CE que passou a exigir, de nossa entidade sindical a assinatura de um “acordo” autorizando o desconto de todos os dias da greve.

Diante deste impasse, uma parte das construtoras, descontou dos salários dos operários, os respectivos dias. São pais e mães de família que ganham R$ 622,00 por mês, e que em alguns casos acabaram recebendo menos de dois Reais de salário.

Operários em luta por melhores condições de vida e de trabalho, condenados pelos donos do poder, a despejo e falta de comida. Mesmo assim, em grandes lições de solidariedade, união e vontade de mudança, esses mesmos operários seguem determinados em luta.

Ao contrário da postura dos patrões e da Justiça do Trabalho, que ordenou o bloqueio de R$ 200 mil Reais das contas do STICCRMF, e da criminalização sofrida pelo nosso movimento, nossa entidade com o apoio solidário do movimento sindical, realizou a distribuição de duas mil cestas-básicas para a categoria.

Aos familiares de nossos companheiros em greve, pedimos que fiquem firmes e continuem acreditando na força de nossa luta. Seguiremos enfrentando os patrões, a injustiça, a falta de envolvimento dos governantes e, apoiados na solidariedade de todos os que vivem do seu trabalho, alcançaremos a vitória.

www.vozdopeao.org.br

Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí anunciam que paralisação continuará

Categoria planeja manifestação em frente à estação das Barcas na terça-feira e também protestar em sede de sindicato no Rio. Protesto é mediado por deputada estadual
Os metalúrgicos de Niterói e Itaboraí continuam de braços cruzados. Na manhã da última segunda-feira, a categoria realizou uma assembleia, no Centro de Niterói, para definir os próximos passos do movimento. Para hoje está prevista uma manifestação a partir das 9h em que os trabalhadores irão atravessar a baía para protestar em frente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) e uma reunião de conciliação entre o patronal e a categoria às 14h no Centro do Rio de Janeiro. Os usuários estão temerosos com a quantidade de gente nas barcas hoje. “Tomara que dê tudo certo. As barcas já são cheias de filas com o movimento normal das pessoas, imagina com esses protestos”, comenta a estudante universitária Priscilla Pacheco, de 21 anos.

Na assembleia de ontem, aproximadamente mil trabalhadores ouviram as partes em carros de sons diferentes. A deputada estadual do PSOL, Janira Rocha, participou no encontro para ajudar os trabalhadores a se entenderem.

“Eu fui chamada para fazer a mediação porque hoje os trabalhadores não reconhecem a direção do sindicato. Porém, com esse dissídio coletivo é preciso que o sindicato negocie pela categoria. As duas partes estavam primando pelo processo eleitoral e garantir uma direção unificada. O mais importante é unificar o movimento para dar uma vitória ao trabalhador e pôr um fim à greve”, declara a deputada.

As reivindicações da categoria são o aumento salarial de 16%, aumento no valor do vale refeição de R$ 140 para R$ 350, maior segurança no ambiente de trabalho, plano de saúde com descontos simbólicos em folha e Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

“O movimento continua, hoje, amanhã e depois. Estamos realizando manifestações nas portas dos estaleiros para conscientizar o trabalhador da nossa luta”, comenta Maria de Lurdes Rodrigues, membro do Comando de Greve, que aponta que ontem havia seguranças do Sindicato que tentaram tumultuar a assembleia. Segundo ela, a categoria vai atravessar a Baía de Guanabara de barca para protestar na sede do Sinaval, na Avenida Churchill, 94, no Centro do Rio.

A conciliação prévia entre as partes está marcada na sede da Justiça do Trabalho, no Centro do Rio, às 14h. Irão integrar a comissão que vai negociar com o patronal da categoria membros da direção do Sindicato e do Comando de Greve, que faz oposição ao Sindicato. O Sinaval não vai comentar as negociações trabalhistas.

“Nós estamos com uma proposta de união. Temos que deixar a disputa eleitoral de lado e tratar da campanha salarial. É isso que o trabalhador precisa”, declara Edson Carlos Rocha da Silva, secretário-geral do sindicato dos metalúrgicos.

Memória – Em desacordo com a direção do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Niterói e Itaboraí (Simmerj), foi declarada greve por tempo indeterminado na quarta-feira. O comando da greve é composto, em sua maioria, por membros da Chapa 3 das eleições do sindicato. Na quinta-feira houve assembleia na porta do sindicato, no Centro de Niterói, que terminou com três homens detidos, e logo liberados, por desacato à autoridade.

O FLUMINENSE

sábado, 2 de junho de 2012

25º dia de Greve dos Operários da Construção Civil em Fortaleza

Egípcios protestam contra veredicto do julgamento de Mubarak

Milhares de egípcios se manifestavam neste sábado na Praça Tahrir, no centro do Cairo, e em várias cidades do Egito para criticar os veredictos pronunciados no processo do presidente deposto Hosni Mubarak. Os manifestantes gritavam principalmente "Fora poder militar", concentrando a sua ira nos militares que assumiram o poder no país após a queda de Mubarak, em fevereiro de 2011, sob a pressão de uma revolta que teve como epicentro a mesma Praça Tahrir.

Mubarak e seu ministro do Interior, Habib el Adli, foram condenados neste sábado à prisão perpétua pela morte de cerca de 850 manifestantes no ano passado. No entanto, seis antigas autoridades do Ministério do Interior processadas pelos mesmos motivos foram absolvidas. "Se não conseguirmos justiça para nossos mártires, nós vamos morrer como eles", gritava a multidão em Tahrir. "A prisão perpétua para o povo, e a absolvição para Mubarak", ironizava um manifestante em um cartaz, em referência ao veredicto do qual a defesa de Mubarak se prepara para recorrer.

"Se você pensa que o antigo regime caiu, você está errado. A versão original está sendo baixada", ironizava um outro manifestante em um cartaz.

A multidão se reuniu em torno de um dos candidatos eliminados no primeiro turno da eleição presidencial de 23 e 24 de maio, Hamdeen Sabbahi, candidato da esquerda que ficou em 3º.

Na cidade de Alexandria (norte), de 4 a 5 mil pessoas se manifestavam, enquanto em Ismailiya, no Canal de Suez, cerca de 1,5 mil pessoas estavam reunidas. Em Suez, à leste do Cairo, algumas centenas de pessoas protestavam e por volta de 2 mil pessoas se manifestavam em Port-Said (nordeste) exigindo "uma limpeza no sistema judiciário", de acordo com testemunhas.

Esse processo histórico chegou ao final neste sábado entre o primeiro e o segundo turno da eleição presidencial que vai designar o sucessor de Mubarak. O islamita Mohamed Mursi e o último primeiro-ministro de Mubarak, Ahmad Shafiq, estão na disputa pelo segundo turno nos dias 16 e 17 de junho. O Exército prometeu entregar o poder antes do fim de junho depois que o nome do novo chefe de Estado for anunciado.





Rebelião de base: Greve dos metalúrgicos de Niterói continua e se fortalece com adesão de outros estaleiros

A greve nos metalúrgicos de Niterói (RJ) continua e ganha força com adesão de trabalhadores de outros estaleiros. Nesta sexta-feira (1°), os trabalhadores realizaram mais um dia de manifestação com passeata rumo ao Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí. Segundo informações do membro da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o mancha, que foi até o Rio de Janeiro, dar apoio à greve, mais uma vez a “diretoria do Sindicato se recusou a encampar uma luta junto aos trabalhadores”.

A categoria realizou uma assembleia em frente ao Sindicato e decidiram pela continuidade da greve. Na próxima terça-feira (5) está marcada uma audiência de conciliação para tratar do dissídio de greve. A nova assembleia da categoria será realizada nesta segunda- feira (4).

Metalúrgicos de Niterói atropelam diretoria do Sindicato, entram em greve – Na manhã desta quinta-feira (31), segundo informações da imprensa local, cerca de 5 mil trabalhadores da indústria metalúrgica de Niterói (RJ), em greve, realizaram uma passeata pela Campanha Salarial 2012. A categoria decidiu pela paralisação em assembleia realizada nesta quarta-feira (30).

O membro da Oposição ao Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí, Paulo Martins, informou que a base passou por cima da diretoria do Sindicato que não queria a greve. “O sindicato não mobilizou a categoria, e pouco fez nesse período de negociação, isso gerou a revolta dos trabalhadores, que cansaram de tanta enrolação”, enfatizou Martins.

Paulo Martins, é integrante da Chapa 3, que tem como um dos apoiadores da Chapa a CSP-Conlutas.

A passeata percorreu diversos estaleiros de Niterói com destino ao Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí para buscar uma resposta por parte de quem os representa. “Nós da oposição, pedimos carro de som para outros sindicatos, para mobilizar a categoria, passamos nos estaleiros e fizemos uma passeata até o Sindicato. Entretanto, encontramos o local fechado. Nesse momento os trabalhadores se sentiram traídos pela diretoria”, disse.

Segundo Martins, alguns membros da diretoria se encontravam no Sindicato, dois diretores chegaram a falar no carro de som, mas foram vaiados.

“Realizamos uma assembleia em frente ao local no qual decidimos montar um Comando de Greve, o Sindicato será notificado e vamos reivindicar que o Comando participe das negociações com a empresa”, disse.

Repressão: Segundo Martins, houve um começo de confusão, pois um membro do Sindicato teria feito uma provocação a um dos metalúrgicos que revidou e foi apartado por outro companheiro. A polícia agiu com truculência contra os trabalhadores. Dois deles acabaram detidos, um deles já foi solto, o segundo está aguardando para ser liberado.

Reivindicações - As reivindicações da categoria são o aumento salarial de 16%, aumento no valor do vale refeição de R$140 para R$ 350, que se igualaria ao valor pago em São Gonçalo, maior segurança no ambiente de trabalho, plano de saúde com descontos simbólicos em folha e inclusão no Programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

A empresa apresentou até o momento 7,5% de reajuste.

Todo apoio à greve - A CSP- Conlutas através dos seus militantes vem prestar total solidariedade à greve dos metalúrgicos de Niterói e Itaboraí e dizer que não medirá esforços para que a greve seja vitoriosa.

Os trabalhadores corretamente tomaram o caminho da luta e com certeza essa é a melhor forma de conquistar suas reivindicações.








Greve dos trabalhadores em transporte de Florianópolis derrota intransigência patronal

A greve dos trabalhadores em transporte de Santa Catarina e região terminou. A categoria decidiu, em assembleia realizada na quarta-feira (30), com a presença de mais 2.500 trabalhadores cuja base pe composta por 5 mil, voltar ao trabalho a partir das 5h da manhã de quinta-feira (31).

Segundo informações do membro da CSP-Conlutas de Santa Catarina, Daniel Silveira, essa greve conseguiu uma grande vitória: “derrotar a intransigência patronal – apoiada pela prefeitura, justiça e meios de comunicação – de não aceitar discutir a redução da jornada de trabalho sem redução de salários e que foi a grande bandeira de reivindicação da greve”.

Os ganhos da greve – a) salário dos motoristas foi de R$ 1517 para R$ 1591 e dos cobradores de R$ 910,2 para R$ 954,60 representando o reajuste do INPC; b) vale refeição de R$ 380 para R$ 420 representando 10,52% de reajuste que era toda a reivindicação solicitada; c) nenhuma punição para os grevistas e nenhum desconto ou compensação dos 3 dias parados, sendo eles abonados; d) redução da jornada de trabalho sem redução de salários de 6h40 para 6h30 este ano e para 6h20 no ano que vem (representando um importante ganho real, melhor que os 2% proposto antes pela empresa), sendo que o objetivo da categoria era reduzir para 6h com a patronal não aceitando reduzir até que a greve impôs 50% do que se almejava; e) outras duas cláusulas que dizem respeito a condições de trabalho; f) não vai haver parcelamento do pagamento das conquistas da greve sendo tudo pago retroativo a maio no inicio de julho.

Apesar da repressão à greve, categoria se manteve firme na luta – Na terça-feira à tarde, com o julgamento da greve e a tentativa de conciliação da justiça, os trabalhadores acabaram negando a proposta que saiu dos tribunais e decidiram manter a greve.

A proposta do tribunal tinha alguns avanços econômicos importantes para a categoria, mas estipulava medidas repressivas: exigência de 100% de funcionamento nos horários de mais movimento e multa para o sindicato de R$ 100 mil por dia por descumprimento da decisão judicial de circulação dos ônibus caso a greve se mantivesse.

Os trabalhadores decidiram manter a greve na quarta com nenhum ônibus rodando nas ruas descumprindo a decisão judicial, avaliando que era possível arrancar mais da patronal .

Na quarta-feira, terceiro dia de greve, houve nova reunião no Tribunal Regional do Trabalho diante do não cumprimento da decisão da justiça pelos trabalhadores e se decidiu por nova decisão de repressão muito forte à greve: a) triplicou o valor da multa em R$ 300 mil a partir de quinta; b) autorização de utilização de força policial nos piquetes de greve nas garagens dos ônibus; c) autorização de demissão de 10% da categoria por dia de greve através de sorteio a partir de quinta se a greve tivesse continuado.

Diante da intensificação desses ataques a categoria decidiu por fim a greve já que haviam avançado em importantes cláusulas.

“Os trabalhadores e a direção do sindicato avaliaram que a proposta não era tudo que os trabalhadores pediram, mas era boa e representava muitos avanços e derrotas na intransigência da patronal”, informou o membro da CSP-Conlutas.

“O clima de saída greve foi muito bom, com a categoria se sentindo vitoriosa e reivindicando que deve-se sempre encher as assembleias e se somar nas greves que as conquistas vêm”, completou.