quinta-feira, 14 de abril de 2011

Empresas brasileiras crescem na China com foco no mercado local

Fábrica da WEG em Nantong. 
 
Fábrica da WEG em Nantong.
RFI

Empresas brasileiras instaladas na China com foco no mercado local e regional têm conseguido se impor, aumentando os negócios no país. Segundo pesquisa elaborada recentemente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 10% das empresas brasileiras têm hoje fábrica própria na China.

Por Ana Carolina Dani, enviada especial da RFI à China
A estratégia pode ser explicada, em parte, pela concorrência agressiva de produtos chineses no mercado nacional, mas as grandes empresas brasileiras que vêm expandindo negócios na China têm como alvo o mercado asiático e não pretendem exportar para o Brasil.
É o caso da WEG, com sede em Santa Catarina, especializada na fabricação e comercialização de motores elétricos, transformadores, geradores e tintas. Instalada há 10 anos em Nantong, a cerca de duas horas de Xangai, a empresa vem dobrando a produção nos últimos anos. "Nossa estratégia é produzir para o mercado local e não exportar para o Brasil. Por isso, estamos crescendo na China. Nós produzimos 60 mil motores em 2009, 110 mil motores em 2010 e estamos prevendo 180 mil motores em 2011", explica Paulo Sliva, diretor-geral da WEG em Nantong.
RFI
 
 
 
 
 
 
 
 
Na China, a empresa fabrica motores elétricos que atendem, na maior parte do tempo, o mercado interno e são utilizados, principalmente, na indústria de bombas, máquinas e equipamentos. A empresa ainda não divulgou o balanço financeiro de 2010, mas já adiantou que o faturamento do grupo em todo o mundo ultrapassou US$ 3 bilhões.
Outra empresa brasileira que tem foco no mercado asiático e que vem aumentando os negócios na China é a Embraco, que produz compressores de alta eficiência energética para a indústria de refrigeradores. A empresa, que tem cinco fábricas no mundo, se instalou nos arredores de Pequim há 16 anos. Hoje, a planta chinesa é a segunda da Embraco em volume de produção, somente perdendo para a fábrica principal da empresa, em Joinville, em Santa Catarina.
"Em 2010, produzimos 7 milhões de compressores e estamos crescendo", explica José Carlos Lemos, gerente-geral da Embraco na China. Segundo ele, nos últimos cinco anos, a produção vem aumentando 25% em média por ano. A Embraco nao tem a intenção de produzir na China para exportar para o Brasil. A prioridade é o mercado local, principalmente chinês, explica Lemos. A empresa fornece para as principais fabricantes chineses de refrigeradores e também exporta para o Japão, a Austrália, Índia e Tailândia.
Tanto a Embraco quanto a WEG participam, na próxima terça-feira, de seminário que vai reunir, em Pequim, mais de 250 empresas brasileiras. O evento será      encerrado pela presidente Dilma Rousseff, em visita oficial à China. 
 

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