sexta-feira, 22 de junho de 2012

Violência fecha 300 fábricas de roupas em Bangladesh

DHAKA, 16 Jun (Reuters) - Donos de 300 fábricas de roupas em Bangladesh fecharam suas portas indefinidamente neste sábado, após dias de protestos salariais violentos por trabalhadores, ameaçando a maior exportação do país, já impactada pela crise global.

A decisão de fechar todas as fábricas em Ashulia, uma das principais zonas industriais do país na periferia de Dhaka, ocorreu depois de as negociações entre trabalhadores e proprietários não conseguirem romper o impasse.

"Fomos obrigados a fechar todas as nossas fábricas em Ashulia", disse Mohammad Shafiul Islam, presidente da Associação de Fabricantes e Exportadores de Vestuário de Bangladesh.

"Tentamos resolver a questão (de aumento salarial e outros benefícios) amigavelmente através de discussões, mas os esforços não deram resultados", disse ele em coletiva de imprensa.

Testemunhas disseram que a polícia disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha e usou canhões de água para dispersar os trabalhadores durante cinco dias de confrontos. Cerca de 250 pessoas, incluindo policiais foram feridas e ativistas depredaram dezenas de veículos e barricaram uma importante estrada.

"Tivemos que tomar medidas duras para restaurar a ordem, já que os trabalhadores não iria parariam a violência", disse um policial de Ashulia.

Os trabalhadores estão exigindo salários mais altos após um aumento nos preços dos alimentos e de utilidade. Após violentos protestos em 2010, Bangladesh quase dobrou o salário mínimo para milhões de trabalhadores do setor de vestuário para 3 mil taka (37 dólares) por mês.

No sábado, autoridades reforçaram o policiamento em Ashulia temendo que as fábricas fechadas pudessem ser atacadas e vandalizadas pelos trabalhadores.

(Reportagem de Anis Ahmed e Ruma Paul)

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