sábado, 2 de junho de 2012

Greve dos trabalhadores em transporte de Florianópolis derrota intransigência patronal

A greve dos trabalhadores em transporte de Santa Catarina e região terminou. A categoria decidiu, em assembleia realizada na quarta-feira (30), com a presença de mais 2.500 trabalhadores cuja base pe composta por 5 mil, voltar ao trabalho a partir das 5h da manhã de quinta-feira (31).

Segundo informações do membro da CSP-Conlutas de Santa Catarina, Daniel Silveira, essa greve conseguiu uma grande vitória: “derrotar a intransigência patronal – apoiada pela prefeitura, justiça e meios de comunicação – de não aceitar discutir a redução da jornada de trabalho sem redução de salários e que foi a grande bandeira de reivindicação da greve”.

Os ganhos da greve – a) salário dos motoristas foi de R$ 1517 para R$ 1591 e dos cobradores de R$ 910,2 para R$ 954,60 representando o reajuste do INPC; b) vale refeição de R$ 380 para R$ 420 representando 10,52% de reajuste que era toda a reivindicação solicitada; c) nenhuma punição para os grevistas e nenhum desconto ou compensação dos 3 dias parados, sendo eles abonados; d) redução da jornada de trabalho sem redução de salários de 6h40 para 6h30 este ano e para 6h20 no ano que vem (representando um importante ganho real, melhor que os 2% proposto antes pela empresa), sendo que o objetivo da categoria era reduzir para 6h com a patronal não aceitando reduzir até que a greve impôs 50% do que se almejava; e) outras duas cláusulas que dizem respeito a condições de trabalho; f) não vai haver parcelamento do pagamento das conquistas da greve sendo tudo pago retroativo a maio no inicio de julho.

Apesar da repressão à greve, categoria se manteve firme na luta – Na terça-feira à tarde, com o julgamento da greve e a tentativa de conciliação da justiça, os trabalhadores acabaram negando a proposta que saiu dos tribunais e decidiram manter a greve.

A proposta do tribunal tinha alguns avanços econômicos importantes para a categoria, mas estipulava medidas repressivas: exigência de 100% de funcionamento nos horários de mais movimento e multa para o sindicato de R$ 100 mil por dia por descumprimento da decisão judicial de circulação dos ônibus caso a greve se mantivesse.

Os trabalhadores decidiram manter a greve na quarta com nenhum ônibus rodando nas ruas descumprindo a decisão judicial, avaliando que era possível arrancar mais da patronal .

Na quarta-feira, terceiro dia de greve, houve nova reunião no Tribunal Regional do Trabalho diante do não cumprimento da decisão da justiça pelos trabalhadores e se decidiu por nova decisão de repressão muito forte à greve: a) triplicou o valor da multa em R$ 300 mil a partir de quinta; b) autorização de utilização de força policial nos piquetes de greve nas garagens dos ônibus; c) autorização de demissão de 10% da categoria por dia de greve através de sorteio a partir de quinta se a greve tivesse continuado.

Diante da intensificação desses ataques a categoria decidiu por fim a greve já que haviam avançado em importantes cláusulas.

“Os trabalhadores e a direção do sindicato avaliaram que a proposta não era tudo que os trabalhadores pediram, mas era boa e representava muitos avanços e derrotas na intransigência da patronal”, informou o membro da CSP-Conlutas.

“O clima de saída greve foi muito bom, com a categoria se sentindo vitoriosa e reivindicando que deve-se sempre encher as assembleias e se somar nas greves que as conquistas vêm”, completou.

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