terça-feira, 5 de junho de 2012

Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí anunciam que paralisação continuará

Categoria planeja manifestação em frente à estação das Barcas na terça-feira e também protestar em sede de sindicato no Rio. Protesto é mediado por deputada estadual
Os metalúrgicos de Niterói e Itaboraí continuam de braços cruzados. Na manhã da última segunda-feira, a categoria realizou uma assembleia, no Centro de Niterói, para definir os próximos passos do movimento. Para hoje está prevista uma manifestação a partir das 9h em que os trabalhadores irão atravessar a baía para protestar em frente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) e uma reunião de conciliação entre o patronal e a categoria às 14h no Centro do Rio de Janeiro. Os usuários estão temerosos com a quantidade de gente nas barcas hoje. “Tomara que dê tudo certo. As barcas já são cheias de filas com o movimento normal das pessoas, imagina com esses protestos”, comenta a estudante universitária Priscilla Pacheco, de 21 anos.

Na assembleia de ontem, aproximadamente mil trabalhadores ouviram as partes em carros de sons diferentes. A deputada estadual do PSOL, Janira Rocha, participou no encontro para ajudar os trabalhadores a se entenderem.

“Eu fui chamada para fazer a mediação porque hoje os trabalhadores não reconhecem a direção do sindicato. Porém, com esse dissídio coletivo é preciso que o sindicato negocie pela categoria. As duas partes estavam primando pelo processo eleitoral e garantir uma direção unificada. O mais importante é unificar o movimento para dar uma vitória ao trabalhador e pôr um fim à greve”, declara a deputada.

As reivindicações da categoria são o aumento salarial de 16%, aumento no valor do vale refeição de R$ 140 para R$ 350, maior segurança no ambiente de trabalho, plano de saúde com descontos simbólicos em folha e Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

“O movimento continua, hoje, amanhã e depois. Estamos realizando manifestações nas portas dos estaleiros para conscientizar o trabalhador da nossa luta”, comenta Maria de Lurdes Rodrigues, membro do Comando de Greve, que aponta que ontem havia seguranças do Sindicato que tentaram tumultuar a assembleia. Segundo ela, a categoria vai atravessar a Baía de Guanabara de barca para protestar na sede do Sinaval, na Avenida Churchill, 94, no Centro do Rio.

A conciliação prévia entre as partes está marcada na sede da Justiça do Trabalho, no Centro do Rio, às 14h. Irão integrar a comissão que vai negociar com o patronal da categoria membros da direção do Sindicato e do Comando de Greve, que faz oposição ao Sindicato. O Sinaval não vai comentar as negociações trabalhistas.

“Nós estamos com uma proposta de união. Temos que deixar a disputa eleitoral de lado e tratar da campanha salarial. É isso que o trabalhador precisa”, declara Edson Carlos Rocha da Silva, secretário-geral do sindicato dos metalúrgicos.

Memória – Em desacordo com a direção do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Niterói e Itaboraí (Simmerj), foi declarada greve por tempo indeterminado na quarta-feira. O comando da greve é composto, em sua maioria, por membros da Chapa 3 das eleições do sindicato. Na quinta-feira houve assembleia na porta do sindicato, no Centro de Niterói, que terminou com três homens detidos, e logo liberados, por desacato à autoridade.

O FLUMINENSE

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