quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Alta nos custos já ofusca brilho de fábricas chinesas

O aumento de custos na China levou a Mattel, maior fabricante mundial de brinquedos, a transferir parte da sua produção para o Brasil, em lugar do país asiático. A Apple voltou a produzir nos Estados Unidos computadores que eram feitos naquele país e a Volvo resolveu trazer para o Brasil uma linha de máquinas que eram importadas de sua coligada chinesa.

O que pode parecer um contrassenso diante da investida massiva de empresas nos últimos anos em território chinês, no entanto, vem ganhando fôlego entre as companhias.


Pressionadas pelo aumento dos custos da mão de obra e pelos problemas de eficiência, algumas empresas vêm fazendo o caminho de volta ao país. Em jogo também está atender a escala do mercado brasileiro, suficiente, em alguns casos, para compensar custos mais elevados de produção.

Produzir localmente ajuda as empresas a abastecer mais rapidamente lojas e clientes, reduz as tarifas de importação e diminui os custos associados ao movimento de estoques. Para algumas empresas, significa acesso a financiamentos mais competitivos, como o Finame.

Mão de obra
Produzir na China ainda é muito mais barato que em outras partes do mundo, mas alguns fatores passaram a pesar mais nessa conta. Segundo cálculos da Boston Consulting, o longo ciclo de salários baixos na China está se esgotando: entre 2005 e 2010, os salários chineses aumentaram, em média, 19%, contra 4% nos Estados Unidos. Em 2000, o salário médio chinês equivalia a 36% dos Estados Unidos. No final de 2010, essa diferença mudou para 48%. Em 2015, especialistas preveem que será de 69%.

“Além dos custos, que começaram a subir rapidamente, há uma preocupação crescente com a produtividade e a questão da segurança institucional”, afirma Roberto Zurcher, economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

Na China, parte da mão de obra é contratada por dia, o que aumenta consideravelmente a rotatividade e reduz a produtividade.

A Mattel diz que sua decisão foi tomada com base em ganhos de eficiência. No Brasil, a expansão é feita por meio de parcerias com outros fabricantes. Há acordos com a Grow (para produzir quebra-cabeças) e com a Copag, para jogos de cartas.

A necessidade de nacionalizar a produção, inclusive para poder operar com linhas de financiamento como o Finame, fez a Volvo Construction Equipment (VCE), braço de equipamentos para construção do grupo Volvo, trazer para a fábrica de Pederneiras, no interior de São Paulo, duas linhas de produção – uma de retroescavadeiras da marca no México e outra de escavadeiras da Shandong Lingong Construction Machinery (SDLG), coligada chinesa, na qual a Volvo detém 70% de participação. Os dois projetos absorverão US$ 20 milhões.

De acordo com Afrânio Chueire, presidente da VCE na América Latina, embora a mão de obra mexicana tenha “um custo interessante”, por questões de logística e mercado, é mais vantajoso produzir essa linha no Brasil.

Fonte: Gazeta do Povo

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