segunda-feira, 11 de março de 2013

Importação de têxteis é um “Mal” necessário

Especialistas afirmam que a indústria nacional não tem condições de se manter sem adquirir insumos têxteis do exterior.

Estima-se que de 2007 a 2011, as importações de roupas cresceram 240%, passando de 23 mil para 78 mil toneladas. A participação das peças vindas do exterior no armário dos brasileiros passou de 3% em 2005 para 9% em 2011 e a estimativa era que chegasse a 13% no fim de 2012. Diante deste cenário, a indústria têxtil brasileira entrou com um processo de salvaguarda junto ao MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Mas, de acordo com especialistas, esta é uma atitude incoerente, pois é possível afirmar que a mesma indústria têxtil que deseja menos importação hoje não sobreviveria sem os produtos adquiridos no exterior.

Segundo Dario Tomaselli Neto, especialista da Torent, a indústria têxtil nacional não tem capacidade fabril para suprir a demanda por diversos tipos de fios necessários para a confecção e tecelagem, assim como de produtos químicos utilizados no beneficiamento têxtil e também de aviamentos fundamentais para o acabamento de praticamente todos os itens fabricados. “Hoje é quase impossível encontrar um produto fabricado pela indústria têxtil brasileira que não contenha algum percentual de insumos importados, pois é incontestável o fato de que estes não são produzidos em quantidade suficiente no mercado doméstico”, destaca Tomaselli Neto.

Um exemplo é o fio de viscose: o Brasil consome 100 mil toneladas e somente 40 mil são fabricadas no país. Além disso, segundo o especialista, para a indústria nacional manter-se competitiva é preciso maquinário com tecnologia avançada, que, em sua grande maioria, são importados.

Para Tomaselli Neto, a importação de matéria-prima destinada à industrialização em território nacional não deveria ser alvo de retaliações por parte dos industriais, seus sindicatos ou do governo, pois todos necessitam destes insumos para manter seu processo industrial.

O presidente do Sintex – Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau, região que concentra o segundo maior polo têxtil do Brasil, Ulrich Kuhn, critica a existência de uma corrente, no País, que caminha para o protecionismo em vez de resolver os problemas de Custo Brasil, câmbio e outros, que impedem a competição. “É preciso tornar a produção nacional mais competitiva no mercado mundial e isso não é feito com restrições comerciais, mas, sim, com uma política fiscal e tributária mais justa no País”, destaca Kuhn.

Os principais insumos importados na área têxtil atualmente são fios, produtos químicos e aviamentos. Além destes, existem também inúmeros produtos acabados que são importados por distribuidores, lojistas e até mesmo indústrias.

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