segunda-feira, 11 de março de 2013

Após dois dias de greve, costureiras da Hering voltam ao trabalho; Nova manifestação não está descartada

Com um investimento inicial de R$ 307,9 milhões, a Hering implantou em Goianésia em 2006 a sua segunda indústria em Goiás. Contando com financiamento do Governo de Goiás através da Goiás Fomento, a expectativa do novo empreendimento era de gerar 900 empregos diretos e 2.700 indiretos. A meta inicial era produzir 20.000 peças/dia para atender entre outros mercados, a Europa e os Estados Unidos.

Quase 7 anos após a sua implantação e consolidação em Goianésia, a Hering possui aproximadamente 550 costureiras e começa a colher problemas com suas funcionárias que foram preparadas e treinadas para a função. Isto porque, nesta segunda-feira, 25, as costureiras da empresa resolveram cruzar os braços e começaram um movimento grevista no intuito de cobrar melhores salários e melhores condições de trabalho.


De acordo com as funcionárias, elas trabalham de segunda a sexta das 07h30 às 17h30 e possuem apenas uma hora de almoço e não tem direito ao café da manhã e ao lanche da tarde. Para terem direito ao lanche da tarde, as funcionárias necessitam levar atestado médico informando que realmente precisa do lanche. Além do mais, as funcionárias que residem longe da indústria, ou levam o almoço de casa ou almoçam na empresa, pagando em média R$ 27,00/mês por um alimento sem qualidade, uma vez que as funcionárias relataram já ter encontrado de tudo no meio da comida.

Outra reclamação das costureiras é o fato de até pra ir ao banheiro ou tomar água, o tempo é cronometrado. Muitas já colocam uma garrafa com água em cima da máquina para não terem que se levantar de seus assentos e correrem o risco de serem advertidas.

O baixo salário é outro fator que as tem deixado informadas. Conforme relatos de uma das funcionárias, em um ano e três meses de trabalho na empresa, ela nunca chegou a receber um salário de pelo menos R$ 600,00, e quando chegam a reclamarem do salário e das condições de trabalho, são informadas de que se elas não estão satisfeitas, é só pedirem demissão, pois, gente querendo trabalhar na empresa é o que não falta.

Durante a manhã de hoje, 26, tentamos falar com os responsáveis da empresa, mas eles não quiseram se pronunciar. Ainda pela manhã, houve uma reunião entre as grevistas e os diretores da Hering e após quase 40 minutos de conversa, elas resolveram por fim à greve e retornarem aos trabalhos sob a informação de que elas seriam penalizadas com o corte de dois dias de trabalho devido aos dois dias de greve.

Antes de retornarem aos trabalhos, elas informaram à nossa reportagem que se possível irão recorrer ao Ministério Público para assim ganharem força diante desta luta.

Durante entrevista ao Portal Meganésia, Edvânia Gomes, juntamente com outras costureiras da Hering explicou os reais motivos do movimento grevista e explicaram como é trabalhar na empresa.

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