sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Calor pode atrapalhar vendas da Hering

São Paulo – O calor fora de hora que tem feito em grande parte do país faz com que muitos brasileiros questionem se São Pedro se esqueceu de que a primavera nem começou. Enquanto isso, empresas de confecção, como a varejista Hering, torcem para que a chuva chegue logo - não só para refrescar o ambiente, mas para ajudar a não enfraquecer as vendas das peças da marca nas lojas.
O primeiro motivo para tal torcida é a alta do preço do algodão, principal matéria-prima da companhia. Nos últimos seis meses, o aumento do valor do produto chegou a 150%, conforme o Sindicato das Indústrias do Vestuário, Tecelagem e Fiação de Mato Grosso do Sul ( Sindivest/MS), ocasionado pela da quebra de safra de importantes produtores mundiais, como Paquistão, e a decisão da Índia de suspender as vendas para o mercado externo.
O segundo motivo tem a ver mais com a estratégia de varejo da empresa. A companhia, assim como suas concorrentes, Renner, Riachuelo e Marisa, teve de fazer mais promoção nas lojas em função do inverno mais tardio e menos intenso.
Imprevisível
“As redes não tiveram tempo hábil para adequar suas coleções nas lojas para atender a demanda por peças de verão e foram pressionadas a reduzir o preço dos produtos disponíveis hoje para continuarem vendendo, mesmo que com margens baixas”, afirmou um analista da Fator Corretora.
Uma certa insolação já começa a aparecer no balanço das companhias. No quesito mesmas lojas, todas já apresentaram um crescimento menor de vendas comparado aos resultados que vinham sendo atingidos por elas. Segundo a Fator, a porcentagem de vendas mesmas lojas nas redes Renner, Riachuelo e Marisa cresceu até 3% - muito abaixo dos cerca de 15% médio batidos por elas anteriormente.
Na Hering, a situação é ainda pior. As vendas mesmas lojas da companhia, que tiveram queda de 4% no segundo trimestre, devem ficar estáveis ou crescer 1% no próximo trimestre, de acordo com expectativa da Fator. “Bem abaixo do histórico de crescimento de 35% que a empresa vinha apresentando até pouco tempo”, disse o analista.

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