segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Confira as maiores altas e baixas do Ibovespa no ano

O Ibovespa - índice com as principais ações negociadas na Bovespa-, no acumulado do ano até agora teve desvalorização de aproximadamente 15%, contudo, alguns papéis conseguem apresentar desempenho melhor. Entre as três maiores alta da Bovespa no período, estão as ações ordinárias das duas principais empresas de cartões de crédito no Brasil, Redecard e Cielo, com variações de cerca de 50% ambas. Em seguida está a ação da Cia. Hering, com alta acumulada de quase 45%. <br /> <br />As três empresas têm uma característica em comum, estão ligadas diretamente ao setor de varejo brasileiro. Segundo o gestor de fundos da Lotus e professor de MBA em Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Gil Deschatre, o comportamento destas empresas na bolsa é bastante ligado ao que acontece com a economia do País. <br /> <br />"(Redecard, Cielo e Hering) são empresas que estão completamente vinculadas ao poder de compra, de vendas, de PIB (Produto Interno Bruto)
. Isso está finamente demonstrado, como reflexo do momento econômico brasileiro. Não houve tanta perda de emprego, o PIB continua sendo projetado de forma grandiosa", disse ele. <br /> <br />Além disso, o fato de terem percorrido um caminho contrário ao do Ibovespa, as duas principais altas são empresas com ações de caráter mais defensivo para o investidor, ou seja, que obtêm ganhos em tempos de baixa do mercado. De acordo com o analista da corretora Socopa Osmar Camilo, as companhias de cartões de crédito têm melhor performance quanto maior o volume negociado, porém, mesmo em momentos mais fracos, mantêm o mesmo ritmo, pois as pessoas não deixam de fazer transações financeiras. <br /> <br />Por outro lado, as maiores desvalorizações na bolsa brasileira até o fechamento até agora foram das ações ordinárias da Hypermarcas, B2W (empresa criada pela fusão da Americanas.com e o Submarino), com cerca de 60% ambas, e Marfrig, que com uma recuperação de 16% na pregão de sexta, ainda assim acumula perdas de cerca de 50% no ano. <br /> <br />Ao contrário das companhias com maiores valorizações, essas empresas não têm em si uma característica comum de atuação, o que, segundo Deschatre, evidencia que houve problemas de gestão e operacionais internos, que causaram as baixas no mercado, já que o ambiente econômico não levaria a isso. <br /> <br />"As baixas, esse pessimismo exagerado, são mais decorrentes de má gestão, isso acontece com todas as empresas do mundo. O mercado ainda está bastante aquecido e isso não deveria ocorrer. Não há razão (externa) atual para determinadas empresas terem um comportamento tão anômalo", disse ele. <br /> <br />O analista Camilo lembra que essas companhias com mau desempenho tiveram problemas pontuais, seja com câmbio, planejamento ou até judiciais. "A B2W sofreu impacto por conta do Procon tirar o site do ar, mas já sofria por contar com vários concorrentes e de peso. A Hypermarcas cresceu muito rápido e com muitas aquisições e neste ano tive que enxugar a empresa e reavaliar esta estratégia. O mercado não gostou", declarou. <br /> <br />Já a Marfrig, segundo o analista, sofreu por ser uma empresa do setor de frigoríficos, que depende de muito financiamento para operar. Com a baixa do dólar, a dívida fica maior, pois são necessários mais reais para a mesma quantia em dólar. <br /> <br />No entanto, até pelas maiores desvalorizações serem oriundas de problemas operacionais e internos das companhias, o panorama muda muito rápido, pois não estão calcados em um contexto externo ou tendências. "São questões momentâneas", argumenta Descharte. "Esses filtros mudam o tempo todo", disse Camilo.

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